segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ata sobre a Leitura da Metafísica de Aristóteles (4)

Local: Sala no 15o Andar do CFCH
Data: 13/10/2008 às 10h (5 Encontro)

Livro A (primeiro)

A sapiência e o conhecimento das causas

Início: pág.5 – 981ª - 10 (Reale)
Término: pág.9 – 982ª (Reale)

Prof. Anastácio informou que convidou o Prof. Trindade (UFPB) para passar um dia aqui e propôs a seguinte programação:

· Palestra aberta aos alunos do curso de filosofia;
· Lançamento do seu livro “A carta VII” na livraria Cultura;
· Encontro com o Grupo.

Lembrou que devemos nos cadastrar no grupo de estudo e para isso será necessário que todos abram o curriculo Lattes e lhe informe o nome completo, CPF e data de nascimento.

Após a leitura da ata anterior, Prof. Anastácio sugeriu iniciar a leitura pela pág. 5.

Experiência:

É o conhecimento adquirido a partir de todas as memórias decorrentes das sensações. No sentido das pessoas que sabem daquilo que estão fazendo pelas sensações. Não é experiência no sentido de experimento. A experiência produz a arte (técnica). A arte é a unificação da experiência, classificando-as. Ou seja, a arte é a abstração da experiência.

A experiência é o conhecimento dos particulares enquanto a arte é o conhecimento dos universais, por isso todas as ações e as soluções são aplicadas aos particulares. Estes dois processos não acontecem separados, com fronteiras bem delimitadas, mas existe uma faixa onde os dois processos podem atuar, são interligados.
Foi colocada mais uma vez pelo aluno Pedro a questão da tradução de técnica como arte. A tekhné (técnica) é muito mais ampla do que a arte (no sentido estético). Prof. Anastácio destacou que o vocabulário ainda está se formando e que o próprio Platão não utiliza em toda a sua obra as palavras de maneira uniforme.
A experiência técnica é a capacidade que ela tem de prever o seu resultado. A técnica e episteme já estão muito próximas. Neste texto não fica muito clara a diferença entre técnica e episteme.
Antes Aristóteles disse que a experiência é o conhecimento do particular e que a arte é o conhecimento do universal, agora ele começa falar de uma tonalidade do conhecimento. O conhecimento mesmo é a arte, a empiria é um tipo de saber, mas não é conhecimento. Por isso que traduções como: "a experiência é o conhecimento dos particulares" é muito ambígua, pois neste caso ela é sensação, é conhecimento generalizado. Na realidade todo conhecimento é um processo de generalização.


No indivíduo se estabelecem a experiência, as sensações; entretanto, conhecer mesmo é quando se começa a estabelecer as categorias. Existem duas atividades: as sensações e o pensamento e elas não estão separadas, elas estão misturadas, daí se vê a forte influência de Platão em Aristóteles.
Para Aristóteles, pessoas que não sabem ensinar, aquelas repetidoras de ações, que não entram no domínio dos "porquês", são apenas pessoas que se guiam pelo hábito: as pessoas tornam-se boas fazendo coisas boas, e tornam-se más fazendo coisas más. O hábito é quase como um impulso natural, entretanto os trabalhadores agem com arte, embora a sabedoria pertença aquele que possui um saber conceitual. Aristóteles distingue a natureza do saber entre o que "sabe fazer" (que tem know-how) e aquele que consegue ensinar/dizer/explicar (a autoconsciência do saber). Ele está tentando estabelecer o que é o conhecimento para depois propor se existe uma ciência que seria a mais alta ciência, que busca o saber pelo saber e que quer entender o ser. Este é o projeto dele: o ente enquanto ente, não é o ente particular visando algo particular; mas é o ente enquanto ente só para entender por que é o ser.
Aristóteles "valoriza" o conhecimento, ou seja, para ele é óbvio descobrir como se conserva os alimentos, mas não é óbvio descobrir um determinado tempero que dá um gosto fantástico neles. A filosofia é a menos necessária das ciências. A atividade filosófica precisa do ócio, pois se pensarmos nas ordens religiosas, elas precisam de uma mínima subsistência para poder meditar.
O conhecimento vai avançando, só que será este supérfluo que realiza o homem ou não.
As sensações são os instrumentos do conhecimento (não no sentido forte), ou seja, é a forma como se acessa o conhecimento (primário).
O campo da ética é o campo das coisas que podem ser assim ou não já o campo das ciências é necessário que seja assim.

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